O Genial Tom Zé, grande músico, criador da Tropicália e compositor de grandes
sucessos é de um (bom) humor sem limites. Tenho um CD – Com defeito de fabricação,
com o seu autógrafo.
Pois bem, Tom Zé, baiano de Irará é tio do nosso Deguinha.
Irreverente, Tom Zé tornou Deguinha famoso declarando que, magoado com a falta
de oportunidade no mercado da música no Brasil, iria trabalhar no posto de
gasolina de Deguinha.
Vejam abaixo algumas reportagens sobre o assunto:
Prestes a voltar para a Bahia para trabalhar no posto de gasolina de seu sobrinho, Tom Zé encontrou seu redentor.
No site Desova
O que você fez durante a época do seu ostracismo? Como foi esse
período?
Bom, eu iria tomar conta do posto de gasolina (em Irará, Bahia). Iria porque
estava para abandonar de vez a música, eu já tinha até falado com minha mulher.
Quando foi isso?
O último show que eu fiz aqui em 88, 89. Eu voltei para casa chorando por
causa do mal-estar que certas coisas provocaram. Eu falei: “Neusa, eu quero
largar”. Dega tinha um primo com um posto de gasolina. Eu queria trabalhar, não
queira ficar aqui empregado do PMDB numa secretaria qualquer, empregado
político que a pessoa acaba obrigado a fazer essas malandragens. Eu queria
voltar lá pra loja do meu pai, mas não loja pai não tinha mais. A única coisa
parecida era o posto de gasolina.
O que era a loja?
Lojas de tecidos, onde nasci e fui criado. Tinha o posto de gasolina do
Deguinha. Eu ia ser gerente dele, digamos assim, trabalhar lá, botar gasolina,
fazer promoções, botar o posto pra funcionar (risos). Aí, nesse meio tempo,
David Byrne anunciou que queria me encontrar aqui no Brasil. Eu perguntei às
pessoas e (me disseram): “não, é um homem muito sério, uma pessoa direita.
Antes de você ir espere para saber o que é.” Ele veio, me lançou nos Estados
Unidos, virei um sucesso fora do Brasil. O Brasil (falou): “que diabo, puta
merda, a gente tem que aguentar esse Tom Zé que David Byrne foi inventar. Que
porra!” David Byrne me lançou em 90, mas desde 86 ele rodeava em volta de mim.
E David Byrne mesmo conta que quando ele conversava com algum músico brasileiro
falavam assim: “o quê?! Quem?! Tom Zé?! O Brasil tem tanto músico brasileiro e
você está atrás de Tom Zé? Você é louco?” David Byrne parou de falar no
assunto. Um belo dia ele resolveu não lançar duas músicas, mas lançar um disco
meu. Ele virou para uma pessoa de mais confiança, – ele conta isso, vai sair
num filme agora que ele conta isso – e disse: “é, eu vou lançar um disco do Tom
Zé” e a pessoa disse a mesma coisa: “você louco? Com tanto músico bom no
Brasil!” Aí David Byrne disse “foi daí que eu compreendi que o espírito
investigativo de Tom Zé tinha mais a ver com a cena renovadora de Nova Iorque
do que com a vida brasileira”. A resposta dele acabou sendo essa. Ipsis
litteris. Pode escrever e botar aspas.
E no caderno
2 Mais de A Tarde
Há dez dias, em Irará, a equipe gravou
lugares, “causos” e fatos ligados a Tom Zé, como a lendária história de que ele
iria trabalhar como frentista no posto do primo Deguinha, caso não tivesse sido
(re) descoberto pelo produtor David Byrne, em 1990.
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